quinta-feira, 5 de junho de 2014

Não vão me tirar o gostinho

Após passar duas semanas no México a trabalho, logo as duas semanas que antecedem a Copa do Mundo 2014 sediada pelo Brasil o que vi foi um país empolgado.

Sim meus caros, o México está empolgado com a Copa do Mundo 2014. Para alguns brasileiros, eu não posso estar empolgado, você que me lê não pode estar empolgado por conta dos erros de outrém.


Sei de todos os problemas do país desde sempre como saúde, educação, segurança pública, ladroagem pra dar e vender, desvio de dinheiro, impostos altos, sei de tudo isso.

Sei também que um país tão necessitado poderia estar gastando seu dinheiro com esses problemas ao invés de construir estádios e se preparar para receber milhares de turista.

Eu sei disso tudo, não me entendam mal pelo que vou dizer aqui embaixo.

TODOS, eu disse TODOS, os restaurantes mexicanos que almocei/jantei nessas últimas duas semanas possuíam em suas portas e vitrines algo como "Venha ver a Copa do Mundo aqui" ou ainda "A Copa do Brasil é aqui".

A maioria dos garçons que vinham falar comigo me perguntavam de onde sou, até porque meu espanhol é HORROROSO, e era só eu dizer que sou brasileiro que começava a chuva de perguntas sobre a Copa do Mundo, com os olhos brilhando.

Cresci com meu pai contando a história que meu Tio Roberto sempre lhe contava o quão forte foi "ouvir" o silêncio da final da Copa de 1950, o "Maracanazo". Aquilo soava para mim como a maior prova da força de uma Copa do Mundo. O Maracanã sempre me exerceu um fascínio enorme. Já fui à incontáveis jogos por lá da seleção e de meu clube do coração, além de outros clássicos cariocas.

Meu primeiro jogo de futebol na vida foi no Maracanã, eu tinha 9 anos de idade, o jogo foi Brasil 3 x 3 Alemanha Oriental(isso mesmo, Alemanha Oriental). Para minha sorte, minha primeira visão do Maraca com meus próprios olhos foi no momento em que o Brasil entrava em campo e o estádio estava em festa.

Sempre gostei muito de assistir jogos da Seleção Brasileira, mesmo em tempos de roubalheira de Ricardo Teixeira e afins, nunca deixei de ver um jogo. Lembro de gente orgulhosa falando "Eu, vou ver jogo da seleção? Eu vou é pro cinema". Desde os amistosos mais bundas até as finais de Copa do Mundo que pude assistir, sempre tive muita vontade de acompanhar os jogos da Canarinho.

Até esta minha viagem ao México, eu ainda não havia entrado no clima da Copa pois carioca de nascença e criação, o destino me fez estar morando em Manaus justo no ano da Copa. Já comprei a camisa azul(só pra variar um pouco da amarela) mas ainda não tinha entrado no clima. Cheguei a comprar ingresso para Portugal x EUA mas não poderei ir.

Precisei visitar o México para perceber algo que espero que muitos passem a perceber, torço humildemente para isso, após lerem esse texto. Temos sim que entrar no clima da Copa. Temos sim que estar felizes por sediar o maior evento do maior esporte do mundo.

Não se esqueça você que está lendo, falei ali em cima que sei de tudo que está rolando mas outro dia sozinho no meu quarto de hotel pensei que depois de toda pilantragem, de toda roubalheira, de todo desvio de grana, de todo super faturamento, esses políticos ainda vão tirar meu gostinho de curtir A COPA DO MUNDO NO BRASIL?

Ah mas não vão mesmo. Que me desculpem os que insistem em dizer que #NãoVaiTerCopa

Primeiro que obviamente haverá Copa e segundo que já nos lascamos tanto com todos os problemas supracitados, será que realmente merecemos isso? Sabotar tal evento?

Infelizmente meu Tio Roberto já não está aqui para saborear a Copa do Mundo após aquele "silêncio ensurdecedor" que ele "ouviu" em 1950, mas cá estamos, todos nós podendo aproveitar isso.

Então me desculpem os revoltados de plantão mas SIM, eu vou aproveitar ao máximo a Copa do Mundo 2014 no Brasil!


2 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderEliminar
  2. Fico contente que recuperou algo que tinha sumido. Belo texto, mas...

    Acredito que hoje, muitos conseguem comer uma boa picanha assada, mesmo sabendo o processo de abate hoje. Mas acredito que esse número reduz, quando pessoas "normais" (digo fora desses meio pecuária/açougue) participa do processo.

    Eu acho que é isso que hoje tirou o brilho dessa COPA.

    É fato que ainda vivemos de pão e circo. Até onde isso é um "pecado" não sei. Até onde somos inocentes? Também não sei. Mas sei que todos terão uma desculpa/justificativa para "A COPA DAS COPAS".

    "Sabe aquela galinha de estimação que criávamos desde pequena que hoje morreu? Tá assada na mesa. Vai se lamentar ou matar a fome?"

    ResponderEliminar